Viseu, Viseu

Rituais e Costumes

As Cavalhadas de Vildemoinhos nasceram no ano longínquo de 1652.

O Rio Pavia, que viu nascer a cidade de Viseu “VISSAEIUM” no tempo dos Romanos, também viria dar origem às Cavalhadas e à própria Vila de Moinhos, actual Vildemoinhos, terra de moleiros e padeiros com 43 moinhos movidas a água.

Falar das Cavalhadas de Vildemoinhos é também falar do passado… A história remonta a uma disputa de água do Rio Pavia, entre os Moleiros e Padeiros de Vildemoinhos e os Agricultores do norte da cidade.

No verão quente de 1651, os agricultores construíram açudes no pavia para regar os campos, ficando os moleiros sem água nos seus moinhos.
Houve tamanhos tumultos entre os agricultores por um lado e os moleiros e padeiros por outro, que a Autoridade de Viseu não conseguiu resolver o assunto, tendo a “Questão” seguido para a Capital do Reino.

Foi feita então “A Promessa” a S. João Batista. Caso saíssem vencedores desta contenda, iriam em romaria agradecer todos os 24 de Junho, ao Santo Padroeiro.

Em 20 de Maio de 1652, surgiu de Lisboa, a sentença favorável aos moleiros de Vildemoinhos. Cumpriu-se assim nesse ano, a promessa da primeira Cavalhada de Vildemoinhos.
À frente os cavaleiros, montados em cavalos, garranos, mulas e burros, devidamente ageizados, carroças e carros de bois enfeitados, seguidos a pé pelos romeiros, fazendo todos uma grande algazarra.

Nos tempos de hoje, continua a cumprir-se a “Promessa”, no dia 24 de Junho, perfazendo este ano a “368ª Cavalhada”. Bem cedinho, Alferes de bandeira em riste e os dois mordomos, continuam a ir a cavalo, agradecer a S. João, dando três voltas à sua Capela, para se iniciar “novo” cortejo que a Cidade nunca viu, envolvendo 25 carros tradicionais, artísticos e quadrúpedes, com todos os materiais e feitios feitos à mão com as asas da imaginação, alegrando os milhares que vêm de todo o país, ver as Cavalhadas.

E a multidão acotovela-se para ver passar os cavaleiros de charuto, de chapéu alto, de laço preto e fato grilo, moleiros com calças de borel e jaqueta aos quadrados, e romeiros com coroa de flores e fitas ao vento mas também os Zés pereiras, as fanfarras, os ranchos folclóricos, e bandas de musicas nacionais e estrangeiras, envolvendo cerca de mil figurantes e cem mil espectadores, sendo o segundo maior evento da cidade de Viseu.

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