Mourão, Évora
Procissões e Romarias
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Num paraíso de encanto e calmaria, com paisagens únicas rodeadas pelas águas de Alqueva podemos encontrar uma pequena vila com casario branco e gente humilde, onde se ergue no cimo do monte o castelo, e no qual está integrado a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias que acolhe a padroeira da terra.
Mourão localiza-se no Alentejo Central, é sede de concelho, e tem o Feriado Municipal no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, data em que todos os mouranenses regressam à Terra para comemorar a festa em honra da padroeira.
A devoção deste povo a Nossa Senhora das Candeias remonta aos primórdios do século XIV, cerca de 1316, no reinado de D. Dinis. Era então venerada como Santa Maria do Tojal, já que segundo a lenda, a Virgem teria aparecido entre moitas de tojo.
Certo é, que até aos dias de hoje, o culto a Nossa Senhora das Candeias faz com que milhares de pessoas se desloquem anualmente a Mourão por ocasião da festa em sua honra, com maior destaque no dia 2, dia em que a Padroeira percorre as ruas da vila acompanhada por uma enorme multidão de gente, a perder de vista.
Aqui, surgem gentes de vários pontos do país, mas a grande fatia de população incide sobre os filhos da terra e sobre os devotos de Nossa Senhora que residem nos concelhos vizinhos, e dos quais as preces recaem sobre a Senhora das Candeias de Mourão.
A Procissão é uma das maiores e mais antigas manifestações religiosas do Alentejo. Aqui podemos encontrar um misto de emoções e sentimentos patente no rosto e no olhar de cada devoto. A fé, a esperança e a gratidão depositada em Nossa Senhora só é percetível aos olhos de quem assiste.
A preparação da festa exige um exímio trabalho por parte dos mouranenses que adornam o altar e o andor de Nossa Senhora com flores naturais, oferecidas conforme as promessas de cada um, assim como o manto bordado a ouro. Um ritual que se repete anualmente e que antecede o início da novena a 24 de janeiro.
No dia 2, a festa religiosa inicia com uma missa solene em homenagem a Nossa Senhora, e ao final da tarde a Imagem sai à rua, carregada em braços por dezenas de homens que todos os anos se voluntariam para esta missão e que carregam o pesado andor movidos pela fé e pela adoração à Mãe de todos os mouranenses.
Nas ruas, os populares esperam a passagem de Nossa Senhora e têm no primeiro contacto visual com a Imagem o momento de maior comoção e o auge das suas preces, seguindo atrás do andor.
A procissão é escoltada pela Guarda de Honra da GNR e é composta por todos os guiões representativos dos Santos e movimentos que compõem a Paróquia. A acompanhar a procissão toca a Banda Municipal Mouranense, uma banda quase centenária que anualmente acompanha a Padroeira.
Já com a noite a cair e os sinos a repicar, Nossa Senhora recolhe à sua Igreja sobre o olhar atento de todos os que esperam ser abençoados no regresso às suas moradas. E eis que na despedida o céu noturno de Mourão se ilumina com um esplendoroso espetáculo de fogo-de-artifício.