Estremoz, Évora

Artesanato

BONECOS DE ESTREMOZ SÃO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

A Produção de Figurado em barro, vulgarmente conhecida como “Bonecos de Estremoz”, é uma arte com mais de três séculos e que faz parte da identidade cultural de Estremoz. As primeiras referências ao figurado de Estremoz são do séc. XVIII. Sabemos da existência das “boniqueiras”, mulheres que faziam curiosidades e figuras de barro, principalmente santos da sua devoção e que tinham um trabalho não reconhecido enquanto ofício.

Os homens entraram na arte mais tarde, em 1935, José Maria Sá Lemos, Diretor da Escola Industrial de Estremoz, convenceu a artesã Ti Ana das Peles, a ensinar o que sabia da arte e a participar no processo de “ressuscitar” as figuras, que as boniqueiras haviam deixado de modelar desde a década passada.

Deste feliz encontro de saberes, nasce o gosto da família oleira Alfacinha pelo figurado de barro, nomeadamente Mariano da Conceição, que o transmite a alguns empregados da Olaria e a familiares diretos.
Em 2013 o Município de Estremoz deu início ao processo de candidatura, tendo efetuado todos os trâmites processuais, nomeadamente a inscrição do Figurado no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e a entrega do processo de candidatura para posterior análise da UNESCO.

No dia 7 de dezembro, durante a reunião do Comité, foi decidida a inscrição da Produção de Figurado em Barro de Estremoz na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
A Produção de Figurado em Barro de Estremoz é um processo de produção de vários dias: as figuras são moldadas, vestidas, cozidas e depois pintadas e envernizadas. Representam ofícios e tradições do Alentejo, figuras religiosas e muitos temas urbanos e rurais, que são partilhados por várias comunidades em Portugal, mas também no Mundo inteiro.

Atualmente, modelam bonecos as Irmãs Flores, Fátima Estróia, Afonso e Matilde Ginja, Duarte Catela e Ricardo Fonseca. Utilizando as técnicas tradicionais, mas modelando com formas contemporâneas e locais, temos Isabel Pires, Jorge da Conceição e Célia Freitas/Miguel Gomes.
Para manter a prática da arte, o Município de Estremoz desenvolveu um Plano de Salvaguarda e Valorização do Boneco de Estremoz.

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