Guarda, Guarda
Rituais e Costumes
O “Julgamento e Morte do Galo” insere-se nas manifestações populares de expiação, excesso, crítica e troça, de que também são exemplo os Caretos do nordeste transmontano, o Pai Velho do Lindoso ou o Enterro do Entrudo em Famalicão da Serra, entre muitos outros.
Há nestas tradições um ponto em comum: a acutilante crítica social, mordaz e muitas vezes violenta, mas sempre purificadora. O fogo com a queima do elemento central da festa é o clímax e representa a efetiva renovação. O Galo expiará os pecados da sociedade, ardendo e representando a renovação da esperança. Estes rituais marcam o final do período de folia, aproximando-se assim a Quaresma, época de penitência e oração.
Na Guarda a reinvenção destas tradições teve início em 2001, com uma série de espetáculos de Carnaval que viriam a marcar a vida da Cidade e já se tornaram também aqui uma tradição. Apesar do frio habitual da época, as pessoas saem à rua para participar num espetáculo que já se tornou referência para a região. Trata-se efetivamente de um Carnaval verdadeiramente português, singular, com forte identidade e com um enorme potencial de visibilidade e promoção.
O desafio à participação das Freguesias no programa Guardafolia 2016, traduziu-se num conceito artístico inovador, com a participação das Juntas de Freguesia no “Desfile e Julgamento do Galo”, o momento mais alto e genuíno do programa. 1200 participantes, entre atores, músicos e freguesias deram corpo ao Desfile das freguesias, culminando na Praça Luis de Camões com o Julgamento e Morte do Galo.