Ponta Delgada, Açores

Lendas e Mitos

As Lagoas das Sete Cidades são, definitivamente, um dos maiores ícones de beleza natural de Portugal. Uma enorme extensão de água azul a par de outra de tonalidade verde, vivem abraçadas pela natureza verdejante que só pode ser explicada através da magia das histórias de encantar. Quando se fala de uma paisagem tão extraordinariamente sublime, capaz de nos cortar a respiração, qualquer explicação geológica para o seu surgimento perde força quando concorre com a mística de qualquer uma das suas seis lendas.

“(…) uma lenda muito simples, mas cheia de poesia, mais curta mas certamente muitas mais vezes contada, tem corrido o mundo na memória dos muitos milhares de turistas que cada vez mais vistam a ilha do Arcanjo, onde assistem à declamação dos guias que os acompanham, e não perdem a oportunidade de se deliciarem com a visão proporcionada pela imensidão do Vale das Sete Cidades, no reconhecimento da sua beleza ímpar, a cada vez que a escutam nas mais variadas línguas. Esta lenda fala-nos do antigo reino das Sete Cidades, cujos reis possuíam uma filha muito linda. Essa princesa amava a vida campestre, motivo por que andava pelos campos a contemplar montes e vales, aldeias e costumes.

Um belo dia encontrou um jovem pastor. Conversou demoradamente com ele e dessa conversa nasceu o amor. Passaram, por esse motivo, a encontrar-se todos os dias, jurando amor e afeição mútua.
Mas a princesa tinha o seu destino marcado, porque um príncipe, um herdeiro de outro reino, pretendia a sua mão. Havia, pois, que suspender o devaneio com o pastor. Assim, foi a princesa proibida de se encontrar com ele, embora lhe consentissem uma despedida.
Ao encontrarem-se pela última vez, choraram ambos tanto, que a seus pés se formaram duas lagoas: uma azul, feita de lágrimas caídas de olhos azuis da linda princezinha; outra verde, devido às lágrimas derramadas dos olhos verdes do pastor
Os dois namorados apartaram-se para todo o sempre, mas as lagoas feitas de lágrimas de ambos, essas jamais se separaram…”

Jorge Arruda, In Verde Azul lendas contos e factos

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