Odemira, Beja

Músicas e Danças

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A música tradicional constitui uma componente essencial do património cultural do concelho de Odemira e do Alentejo. São múltiplas as formas de expressão musical neste território, assumindo importante significado, as manifestações instrumentais e vocais associadas à viola campaniça e ao cante de improviso, ao cante coral e à poesia popular. Estas práticas abrangem toadas vocais e instrumentais lúdicas e de trabalho, cuja musicalidade era parte do quotidiano de dias comuns ou de dias festivos e de esfera pública ou privada das populações locais. Era comum ouvir-se o cante de improviso nas feiras, nos mercados e nas tabernas e por vezes acompanhado da popular viola campaniça.

O cante de improviso (cante ao baldão e despique), tal como é cantado na região, é praticado apenas no Baixo Alentejo e preservado em escassas zonas serranas. A viola campaniça, que acompanha estes cantares, também se encontra apenas no Baixo Alentejo, sendo poucos os tocadores e os artesãos que a constroem, orgulhando-se Odemira de contar com cantadores, tocadores e construtores desse ofício, como o Mestre Daniel Luz. Tem caraterísticas únicas e é diferente das demais violas existentes no país.

Estas tradições têm sido revitalizadas nos últimos anos, graças ao esforço de associações e autarquias e ainda à vontade dos cantadores e tocadores. Em São Martinho das Amoreiras (Odemira) está em atividade o Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, num consórcio entre o Município de Odemira, Freguesia de São Martinho, ADA e Casa do Povo, sob coordenação do músico Pedro Mestre, que se tem dedicado à promoção da música alentejana. Um Centro que leva o cante às escolas e aldeias do interior do concelho com a finalidade de preservar e projetar esta arte musical e etnográfica singular e que tanto se identifica com esta parcela do território alentejano e com as suas gentes, potenciando diversas valências como a pesquisa, recolha e tratamento de registos, ensino do cante, toque e construção da viola campaniça e também espaço museológica.

A participação nas 7 Maravilhas é tida como uma oportunidade para promover esta arte e o trabalho em curso, com vista à sua salvaguarda e divulgação.

Caraterísticas do cante de improviso: Desempenho individual desenvolvido na forma de improviso e defronte de um grupo de cantadores que variam no número, podendo ir de três a uma dezena. O tema do cante costuma tratar assuntos do contexto social dos cantadores, que podem ser do seu fórum pessoal, acontecimentos recentes e por vezes provocatórios mas também elogiosos. Por vezes o cante é acompanhado pela viola campaniça que lhe confere um ritmo particular e permite também algum tempo para organizar mentalmente o texto poético que dá forma à cantiga.

Caraterísticas da viola campaniça: Conhecida também por viola alentejana era o instrumento usado para acompanhar os cantares à desgarrada – cantes a despique, nas festas e feiras do Alentejo. Foi resgatada ao tempo e às memórias e está de volta, podemos dizê-lo com emoção.
“É a maior das violas portuguesas e possui 5 ordens de cordas, tocada de dedilhado apenas com o polegar, sendo que as cordas mais graves são geralmente tocadas soltas. Adaptada à exposição da melodia das modas e cantigas alentejanas, pode possuir dois tipos de afinação. Como particularidade, apesar de ser um instrumento de dez cordas, pode possuir doze afinadores, o que indica que o instrumento foi outrora dotado de uma sexta ordem de cordas duplas, mas que estas terão caído em desuso”.

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